quarta-feira, 31 de julho de 2013

Obras de Santa Engrácia




1992 Summer Olympic Games

2003 FINA World Championships

2013 FINA World Championships



segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ricardo Araújo Pereira é o meu “Bei de Tunes”



Caro Ricardo Araújo Pereira,


 
Primeiro: a sua intervenção no espaço público é muito boa. Isto é ponto assente. Crónicas na imprensa, programas na rádio, não perco nada.        

Segundo: a publicidade que faz ao MEO é que me está a segregar o fel. E não vai dar para ficar calado porque estou com formigueiro na ponta dos dedos e vou curá-lo no teclado do computador. Num dos últimos programas do “Governo Sombra”, a propósito de uma notícia onde se referia que, nos últimos anos, os países que estão a receber ajuda externa empobreceram e os países que estão a prestar essa ajuda enriqueceram, afirmou que gostaria de participar numa operação desse tipo, ajudando alguém a empobrecer enquanto enriquecia ao mesmo tempo. Pois tenho novidades para si. E, pelos vistos, das boas. Já participa!

Entusiasmado pelas promessas de poupança que V. Exa. anuncia todos os dias, aderi ao M4O com avidez indisfarçável. Cuidais que poupei alguma coisa? O caralho é que poupei. O ignóbil bastardo que me vendeu o serviço, sabendo que o meu número era da TMN, tratou de afirmar sem hesitações que tudo seria rápido e indolor. Cuidais que foi mesmo assim? O caralho é que foi. Parece que existe um problema qualquer e três meses depois continuo a pagar a factura da TMN, acrescida da nova factura da MEO. No fundo, uma espécie de “Colchões Lusoespuma” ao contrário, em que pago duas mas só usufruo de uma. Claro que pode dizer que não tem culpas no cartório e claro que essa é a verdade. Mas eu preciso desesperadamente de um “Bei de Tunes” e V. Exa. está mesmo à mão.  


Um abraço,
Aníbal Éter



PS - Utilizei o modelo de carta “pipiano” (http://omeupipi.blogspot.pt/search?q=vivir) não porque esteja a insinuar que o RAP é o Pipi mas porque o Bruno Vieira Amaral tratou desse assunto na Revista Ler (http://circodalama.blogs.sapo.pt/96707.html) e eu gosto de armar ao pingarelho com publicações cultas.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Quem sabe, sabe!



CM 23/07




JN 17/07

       
Todos os dias o Aníbal Éter caminha na estreita fronteira do sarcasmo, fugindo-lhe por vezes, certamente, o pé para o mau gosto. No entanto, apesar do esforço, não consegue atingir este profissionalismo. Não é por acaso que são os dois jornais mais vendidos no país. Quem sabe, sabe!     


terça-feira, 23 de julho de 2013

Retratos da “luta de classes” em Portugal



Alfa Pendular, sentido Porto-Lisboa, nove horas da manhã. Abandono o meu lugar numa das carruagens de 2ª classe e entro no bar. Do outro lado, proveniente das carruagens de 1ª classe e com um desfasamento temporal de meio segundo em relação a mim, um homem de estatura média coloca o primeiro pé no chão que já piso com os dois. Dirijo-me ao balcão, há um último croissant na vitrina. Quando me preparo para o pedir sou surpreendido por um rápido “um Compal de pêssego e um croissant por favor” gritado da outra ponta. Olho para o indivíduo com raiva. Usa fato de riscas e botões de punho prateados. É banqueiro ou industrial, penso eu, antes de reparar nos sapatos.  Estão todos borrados! Pelo cheiro não há dúvida, é bosta. O filho de uma saca de putas é latifundiário. “Ouça lá” – digo com cara de mau – “entrei primeiro na carruagem e queria aquele croissant”. “Se queria é porque já não quer” – responde-me o insolente com um sorrisinho de quem usufrui de mais-valias originárias da exploração do proletariado – “e eu pedi primeiro”. A empregada observa a cena com ar apreensivo. “É verdade” – diz ela – “este senhor pediu primeiro”. Desisto! É notório que a pobre moça agrilhoada pela CP se deixou intimidar pelo estatuto socio-económico do meu rival.  Ou então pelo cheiro das botas. Volto para o meu lugar, com fome e desanimado. Marx tinha razão. Pacheco Pereira ainda tem. Pego no iPad e encomendo todos os livros dos dois. Através de um site americano consigo encontrar t-shirts do Che Guevara a 20 dólares cada. Comprei cinco. É oficial, virei revolucionário.              

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Então, qual é a frase para usar?




"Cheio de medo do Cavaco Silva, o coninhas assinou."


"Cheio de medo do Mário Soares, o coninhas não assinou."


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terça-feira, 16 de julho de 2013

Põe-te fino ó morto, antes que te mate



O Miguel Tiago está a dizer aos portugueses que entregam meio salário para IRS, aos proprietários que pagam uma fortuna de IMI por um imóvel que compraram com o seu dinheiro e aos senhorios que estão proibidos de aumentar as rendas das suas propriedades que os seus direitos à propriedade privada e ao lucro podem deixar de valer? Ui, isso é assustador!    

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A escrita no tempo dos vírus






O meu computador tem um vírus que não permite a colocação de acentos, aparecendo os mesmos em duplicado e ao lado das respectivas letras. Assim, se escrever a frase “o meu cão Átila saltou à cadela da minha vizinha que trabalha na Câmara”, o que me aparece no ecrã é

“o meu c~~ao ´´Atila saltou ``a cadela da minha vizinha que trabalha na C^^amara.”

Enquanto na forma correcta de escrita o leitor teria duas dúvidas:

1ª a minha vizinha tem uma cadela ou a minha vizinha é uma cadela?    
2ª considerando que a minha vizinha tem uma cadela, quem é que trabalha na Câmara? A minha vizinha ou a cadela da minha vizinha?;

na forma assumida pelo meu computador o leitor fica apenas com uma, de muito mais difícil resolução, e que pode ser resumida por “que merda é esta?”.

Já podia ter resolvido este problema pedindo ajuda a alguém que percebesse verdadeiramente de computadores mas resolvi não o fazer pois penso que este vírus me está a desenvolver o cérebro e a transformar-me num potencial jogador de xadrez do campeonato russo de infantis. Passo a resumir a maneira como estou a levar a vida:

O corrector automático trata de algumas palavras, bastando para isso ter o cuidado de não colocar o acento. Se escrever apenas “nao” em vez de “n~~ao”, aparece logo na forma correcta, ou seja, “não”. Outras palavras não são corrigidas automaticamente mas são sublinhadas a vermelho e posso alterá-las com o botão direito do rato. É o caso de “cao” ou de “botao”. Existem casos mais complicados mas são os melhores para a ginástica mental. Alguns exemplos: se quiser escrever “é”, tenho que escrever “es” (que não existe), alterar com o rato para  “és” e depois apagar o “s”; se quiser escrever “à”, tenho que escrever “ass” (porque se escrever “as” não é detectado nenhum erro), alterar com o rato para “às” e depois apagar o “s”.

Isto é apenas um pequeno exemplo uma vez que não consigo colocar nenhum acento em nenhuma palavra. Nem agudo, nem grave, nem circunflexo, nem til. Nem sequer consigo usar o saudoso trema. Em resumo, isto é das coisas mais divertidas que me já aconteceram desde que fiquei com a pila presa no fecho éclair no último ano do infantário.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

La condition humaine


Só depois de casar é que percebi que os vidros do apartamento onde já vivia em solteiro não são fumados. E para perceber isso tive que bater com a testa num deles quando ia cheio de dinamismo sacudir a toalha de mesa. E não me critiquem, porque eram só meia dúzia de migalhas e os pássaros merecem que existam pessoas que sacodem toalhas à janela.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

“Portugal é um povo de suicidas”


Este parece ser um bom momento para transcrever esta citação de Miguel de Unamuno. Claro que o leitor poderá perguntar “mas ó Aníbal Éter, o que é que esse importante filósofo espanhol queria dizer exactamente com isso?” e eu poderia escrever longas e eruditas linhas sobre o assunto mas na realidade não sei muito bem embora a frase me pareça adequada à situação.
Apesar de ter ido buscar o nome a um cavalheiro de extraordinária perspicácia e a uma quinta-essência superior que ocupou com requinte as mentes de Platão e Aristóteles, a verdade é que não consigo adivinhar o nome do perfume da senhora da limpeza nem vagueio subtilmente pela perfeição do Cosmos. Assim sendo, como poderia adivinhar o que andava na cabeça do Unamuno e, mais difícil ainda, o que anda na cabeça do nosso povo.

De qualquer forma parece que Portugal se prepara para eleições, o que nos proporcionará conversa fiada de categoria e grandes momentos de humor involuntário. E isso é coisa que agrada ao Aníbal Éter. Poderemos ouvir António José Seguro a elencar as mentiras que Passos Coelho contou aos portugueses na última campanha eleitoral e logo a seguir ouvir as mentiras que António José Seguro irá contar aos portugueses na campanha eleitoral do momento. No fundo é como se o casal Antunes se encontrasse por acidente num motel, ele com uma amante e ela com um amante, e o macho Antunes se virasse para a fêmea Antunes com um expressivo “ah galdéria, que me andas a enganar!”. Felizmente na política a situação nunca chegará a vias de facto, bastando no futuro utilizar a frase mágica: “A situação do país é pior do que pensávamos”.

Despeço-me com amizade, aproveitando para referir que me podem encontrar também no Twitter - https://twitter.com/anibaleter - , onde escrevi até ao momento 69 tweets (um “curioso número”, de acordo com o ex-presidente da AR, Mota Amaral) e sou seguido por 19 pessoas (uma autêntica vergonha pois a conta já foi aberta há mais de uma semana! Para que vejam, o Dr. Paulo Portas abriu uma conta ontem e já tem 300 seguidores. E a conta é falsa, imaginem se fosse verdadeira. Mas não sou pessoa de desistir facilmente e tenho a certeza que quando elaborar o meu próprio “Guião para a Reforma do Estado e da Despesa Pública” também vou ter muitos seguidores).